terça-feira, 26 de abril de 2011

O casamento do príncipe William e Kate e a parábola do Grande Banquete.

             Mais um casamento estilo conto de fadas aconteceu. Abadia de Westminster foi o local mais desejado do mundo no dia (29) sexta, porém, menos de duas mil pessoas tiveram o privilégio de receber o convite.
           O príncipe William e Kate Middleton prestaram juras de amor eterno numa cerimônia de cifras grandiosas. Foram gastos cerca de 5 bilhões de euros.
 O mundo viu o casal real, pelo menos 2 bilhões de espectadores ficaram grudados na telinha. No préstito entre a abadia e o Palácio de Burkingham, 1 milhão de súditos e turistas acompanharam a passagem do recém casal. Foram 8 mil jornalistas do mundo todo cobrindo o evento. E mais de 5 mil festa de rua organizadas.
          O casamento real me fez imaginar a parábola do Grande Banquete relatado em Lucas 14:15 a 24, onde Jesus de maneira contundente apresenta as características das pessoas que participarão da Grande Festa no Reino dos Céus. Que me desculpem William e Kate, os novos duques de Cambridge, mas sua copiosa festa de casamento será infindamente simples perto do Grande Banquete que Jesus dará.
            Jesus conta que um homem preparou uma grande Festa e muitos foram os convidados. A festa seria magnífica, esplendorosa. Tudo estava arrumado porém as  pessoas estavam atrasadas, ninguém haviam chegado. O anfitrião mandou avisá-los que o banquete estava servido, e a resposta dos mesmos foi negativa, eles desculparam-se desprezando a suntuosa festa.
          O dono da casa irado com a recusa dos convidados fez algo inusitado. Deu ao servo uma segunda ordem, que este fosse pelas ruas e becos da cidade e trouxesse os pobres, mancos, cegos e aleijados, todos poderiam participar. Acatando o comando o empregado saiu pelas ruas e vielas estreitas buscando a todos, mas ainda sobrava lugares.
 O anfitrião mandou que o servo saísse novamente, mas agora indo pelos campos e vales trazendo até mesmo os distantes para participar da festa. Porém os primeiros convidados não teriam mais direito no grande banquete.
           Jesus é o anfitrião da Grandiosa Festa. Ele sabia que o Seu povo recusaria de inúmeras maneiras o convite. Rienecker¹ explana dizendo que: “Os primeiros convidados da parábola são os membros do povo eleito, os cidadãos da teocracia do Antigo Testamento, aos quais foi anunciada de antemão a edificação do reino messiânico.
Os mendigos e aleijados da rua são as massas populares dos coletores de impostos e dos pecadores, que ainda pertenciam a Israel em sentido natural e nacional, mas que de acordo com a opinião dos fariseus não possuíam o direito de cidadãos e compatriotas em sua teocracia. Depois de reunir esses expulsos e infelizes de Israel o evangelho dirige-se, então, conforme o terceiro envio do servo na parábola, aos gentios”.
Jesus ao implantar o Reino de Deus na terra iguala a todos. não só os ricos e poderosos tinham direito das bênção e a Deus. os pobres, doentes, os desprezados poderiam tomar posse desse reino achegando-se a Jesus. Até nós os "gentios" fomos incluídos na lista graciosa de Cristo.
           Eu não sou uma celebridade para participar do casamento do príncipe William e Kate, entretanto, Jesus me proporciona algo incomparavelmente sublime. Ao contrário do Casamento Real, Jesus não convida alguns, Ele chama a todos. Os rejeitados, os excluídos e esquecidos da sociedade, os judeus e gentios. Aos que estão pelas ruas e vielas, aos povos do mundo todo para que participem do Seu Reino e da Grande Festa que nos aguarda na Nova Jerusalém.
O convite já foi feito, você aceita ou a exemplo dos magistrados judeus, também vai dar uma desculpa?


Fontes:

1 - Comentário Esperança (Lucas) - Fritz Rienecker
Manual Bíblico– Henry H. Halley
Comentário Bíblico – F. B. Meyer. Pg, 76.



sexta-feira, 22 de abril de 2011

A páscoa dos hebreus e seu significado Cristão

“Alimpai-vos pois do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. 1 Coríntios 5:7

A páscoa tem sua raiz entre o povo hebreu. Entretanto a velha história do coelhinho e do ovo de páscoa é uma desfiguração da verdadeira, que em nossos dias é direcionada ao consumismo. Falaremos da verdadeira páscoa dos hebreus e de seu significado na cultura cristã.

Há mais de três mil anos atrás o povo hebreu encontrava-se escravizado pela nação egípcia. Por quatro séculos eles permaneceram subjugados pelo braço forte dos faraós. Então o Eterno, levantou Moisés poderosamente para instaurar a libertação. Nove pragas balançaram os egípcios, porém a décima abalou as estruturas do reino.

A derradeira praga anunciava a morte de todos os primogênitos no território egípcio, começando pela casa de faraó, continuando até a casa do mais simples camponês, abrangendo ainda as primeiras crias dos animais. A única maneira de safar os filhos primeiros do juízo de Deus, era realizando o pessach “a páscoa”. Todavia, Deus agraciou somente o seu povo sofredor com este triunfo (Êxodo cap. 12).

A páscoa dos hebreus marcava a transição da vida escrava nas fornalhas para um período de peregrinação em direção à terra de delícias, à Terra Prometida. Este evento foi tão marcante que mudou até o calendário judeu (Êxodo 12:1 e 2). Até então o ano judaico tinha começado com o mês de Tisri, perto do equinócio do outono. O mês em que sucedeu a saída, o mês de Abibe ou Nizã, era no equinócio da primavera¹.

As famílias guardavam um carneiro ou cabrito, o reservando por quatro dias (10 de Nizã*). O animal devia ser macho, sem defeito, e sem mancha alguma, no dia 14 de Nizã ao por do Sol ocorreria o sacrifício. O cordeiro assado no fogo, era acompanhado na refeição por ervas amargas e pão sem fermento. A família devia comer a páscoa em prontidão, a peregrinação não tardaria, a libertação estava ás portas.

O sangue do cordeiro nas portas da casa era o sinal da isenção da morte. “... na noite em que o cordeiro fosse morto, Deus enviaria o anjo da morte, que passaria pela terra do Egito... passaria pelas casas protegidas pelo sangue do cordeiro, porém nelas não entraria para ferir o primogênito².

O historiador Flávio Josefo comenta: Ao raiar do décimo quarto dia, como Deus havia marcado, começaram a oferecer o sacrifício: purificaram as suas casas, lançando-lhes sangue com um ramalhete de hissopo, e depois de terem ceado queimaram tudo o que havia restado do alimento, estando prontos para partir. Nós observamos ainda esse costume e damos à festa o nome de Páscoa, isto é, "passagem", porque foi nessa noite que Deus, passando pelos israelitas sem lhes causar mal algum, feriu os egípcios com esta grande praga: todos os primogênitos morreram. Tão grande e geral aflição fez correr o povo em massa ao palácio do rei, para suplicar-lhe que deixasse sair os hebreus.

Para nós cristãos, a páscoa tem Cristo como significado. Entendemo-la como uma profecia factual, ou seja, quando um fato histórico, real, sucedido no tempo e no espaço, se torna sinal profético de outro evento. A Páscoa de Israel, como nação, é símbolo da obra de Cristo³.

As ervas amargas consumidas na cerimônia lembrava o tempo penoso nas fornalhas do Egito. Para os cristãos as ervas amargas traz recordação do sofrimento e da amargura da vida vazia de significado do passado. A ausência de fermento indicava a pressa em partir da terra estranha, e a não corrupção de Israel com os costumes egípcios; por isso, fermento algum poderia ser achado na casa dos israelitas. Nós cristãos entendemos que o nosso tempo aqui é curto, não há o que perder com as atrações de uma vida pecaminosa, é imprescindível permanecer puro.

Mas o principal símbolo pascal é o cordeiro. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Ele é a nossa páscoa, em 1Coríntios 5:7b: "Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós". Pedro faz-se alusão à guarda do cordeiro durante estes quatro dias:

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes do vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos; por amor de vós. (1Pedro 1: 18-20).

O apóstolo Pedro afirma que Jesus é o cordeiro de Deus guardado para nossa redenção. O sangue de Jesus nos livrou do juizo de Deus, assim como o sangue do cordeiro nos umbrais salvou os israelitas (Colossenses 2:14). Sem mácula alguma4, nem os acusadores de Jesus puderam acusá-lo de pecado.

O cordeiro da páscoa é nos apresentado também sob dois aspectos, a saber: como fundamento da paz e como centro de unidade. "...vendo eu sangue, passarei por cima de vós" (versículo 13). Nada mais era necessário, senão a aspersão do sangue, para se desfrutar paz em relação com o anjo destruidor5. Jesus nos trouxe a paz unindo judeus e gentios pelo seu sacrifício. Pois foi Cristo quem nos trouxe a PAZ, tornando os judeus e os não-judeus UM POVO SÓ. Por meio do sacrifício do seu corpo, ele derrubou o muro de inimizade que separava os judeus dos não-judeus. Efésios 2:14.

Não entristecemo-nos pela morte de Jesus, mas sim nos alegramos pela graça que recebemos do Pai, e pelo sacrifício vivo do Filho Jesus, que nos garantiu vida abundante, pagando toda a dívida que era contra nós com Seu sangue. Feliz ressurreição de Cristo.

Fontes:

* Nizã – é o equivalente judaico moderno para para abibe (cai entre março e abril).
1 – O Novo Comentário da Bíblia – F. Davidson.
2 – Pentateuco - David Cabral. Pg.47.
3 – Pentateuco – David Cabral. Pg.47.
4 - Hebreus 4:14 e 15.
5 – Notas Sobre o Pentateuco – C. H. Mackintoch.
A História dos Hebreus – Flávio Josefo
Comentário Bíblico do professor – Lawrence Richards. Pg.99.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O deus de Wellington Menezes de Oliveira

            
   Com traços de um psicótico religioso, Wellington Menezes de oliveira põe seu nome nas páginas de horror da história de nosso país assassinando friamente a 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro.
               O jovem premeditou o crime cautelosamente, e como num jogo de Counter-StrikeM, atirava na cabeça, abdômen e barriga onde havia mais chance de matar. Baleado por policiais a caminho do terceiro andar, o assassino de 24 anos suicida-se na escadaria.
         O ex-aluno era um morador acima de qualquer suspeita, seus visinhos não notaram comportamento extravagante, a não ser as muitas horas no computador.
         Solitário, não se misturava com a turma nas brincadeiras de rua. Na escola, ex-colegas lembram que se recusava a participar de atividades em grupo e pedia aos professores para entregar o trabalho sozinho. Wellington foi adotado, e cresceu ouvindo detalhes sobre eventuais problemas psiquiátricos da mãe biológica. Segundo vizinhos, ela dizia que Wellington havia sido gerado dentro de um manicômio e por isso ele era alvo de chacotas.
         Na juventude, quando começou a trabalhar, só mudava o itinerário diário para ir à igreja Testemunha de Jeová, com os pais adotivos.
         O bullyng sofrido na escola Tasso de Silveira, seria o motivo da chacina segundo o próprio Wellington escreveu nas páginas do Orkut. Palavras do ex-aluno na comunidade ‘No Escuto’:
"Nem estou chorando, apenas me preparando para uma chacina que irei fazer no colégio em que fui agredido. Em breve teremos um documentário estilo Columbine [escola nos EUA onde houve um massacre similar] nas telinhas nacionais. Aguardem"
Em seu perfil não lista nenhum amigo, depoimento ou recado. O álbum conta com nove fotos, mas só três estão acessíveis. Duas mostram um cemitério, e a última é perturbadora, por mostrar um homem morto. Todas têm como legenda versículos da Bíblia, ele usa Eclesiastes, Ezequiel, e a terceira é de Jeremias.
         O que mais me chama a atenção é a carta onde ele exprime seu pensamento sobre o Divino. Wellington tinha uma percepção errada acerca de Deus como podemos ver.
Se foi pelo fato do bullyng a sua reação, Deus não apoiava a vingança do jovem. Através de Jesus, Deus ensinou o caminho da tolerância e do perdão. Jesus tinha todos os motivos para odiar os que o puseram na cruz, mas Ele disse: “Pai, perdoa-os eles não sabem o que fazem”.
Em sua carta notamos um ar religioso, porém confuso, desconexo.
            “Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo... nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão.[...] Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida.
         Quem era esse deus a quem Wellington servia? Alguns detalhes da carta mostra que o assassino estava equivocado em sua crença.
1º Equívoco – Ele pede a visita de um fiel seguidor de Deus em sua sepultura para rogar a Deus por perdão pelo seu ato criminoso.
O jovem fez uma escolha, ele premeditou o crime. E são as nossas escolhas em vida que decidem o nosso rumo após a morte. Não há mais como mudar o que foi escolhido em vida.
Base bíblica: Eclesiastes 9: a 6 [NTLH] “4 – Mas, enquanto se vive neste mundo, existe alguma esperança; porque é melhor ser um cão vivo do que um leão morto. 5 - Sim, os vivos sabem que vão morrer, mas os mortos não sabem nada. Eles não vão receber mais nada e estão completamente esquecidos. 6 - Os seus amores, os seus ódios, as suas paixões, tudo isso morreu com eles. Nunca mais tomarão parte naquilo que acontece neste mundo”. As orações feitas no plano terreno não são ouvidas no espiritual em favor dos mortos. Os mortos nada sabem do que se passa aqui. (Leia também: Lucas 16:20 a 31).
2º Equívoco – Wellington pediu a oração a seu favor para que na vinda de Jesus ele fosse desperto do sono da morte para a vida.
A Bíblia mostra que as almas dos cristãos vão imediatamente à presença de Deus e desfrutam da comunhão com Ele.
Base bíblica: Lucas 23:42 e 43 E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Aqueles que morrerem em Cristo, passarão desta vida para a glória (2 Coríntios 5:8; Filipenses 1:23; Hebreus 12:23).
         E você amigo leitor, que caminho tem escolhido? Você leu acima que são as escolhas realizadas em vida que decide o rumo pós-morte. Se você partirsse agora, suas atitudes e fé o conduziriam para perto de Deus? Ou suas escolhas pesam contra você?
         Após a partida dessa terra você poderá deixar milhões de cartas pedindo oração, ainda que não tenha cometido a atrocidade que falamos acima. Não há pecado maior ou menos, por isso decida-se enquanto há vida.

Fontes:
www.unb.br